Procurando algumas reportagens sobre o primeiro Jamboree
Pan-Americano no Rio de Janeiro encontrei uma escrita pelo ex-escoteiro Nilson Montoril de Araújo do Amapá que
me chamou a atenção pela dificuldade em chegar ao jamboree e depois o retorno que também foi bastante problemático. Então pensei em ver se não havia algum registro em nosso livro de recordações do
Grupo Escoteiro Lages 01/SC, e não é que eu encontrei uma dedicatória do Chefe Clodoaldo Nascimento.
Que deixou a seguinte dedicatória:
A região Escoteira do Amapá, compareceu ao 1º Jamboree com
36 escoteiros, sendo 30 escoterios e 6 chefes. Teve como presidente a Chefe
Clodoaldo Nascimento e como assistentes os Chefes Hilkias Araujo, Expedito
Ferro e Benedito Santos.
Na oportunidade apresentamos o nosso fraternal Sempre Alerta
aos companheiros de Santa Catarina.
Colocamo-nos a disposição dos companheiros Catarinenses, no
seguinte endereço:
Comissão Executiva Regional do Amapá, Rua Ernestino Borges,
nº 42 Macapá Amapá (Chefe Clodoaldo Nascimento)
Sege a reportagem de Nilson Montoril de Araújo


No sentido dos ponteiros do
relógio: Manoel Ferreira ( Biroba -Tropa Marcilio Dias ), Nilson Montoril (
Tropa São Jorge ), Urivino Bandeira ( Tropa Veiga Cabral ), Ubaldo Medeiros (
Tropa Marcilio Dias ) e Nelson ( Tropa João Gualberto da Silva). Em 1965,
apenas esses grupos existiam no Território Federal do Amapá.
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Também confeccionei uma mesa
utilizando bambu. Essas duas pioneirias nos garantiram a bandeira de eficiência
por dois dias. No campo aonde nos instalamos tivemos como vizinhos os
escoteiros da Venezuela, Uruguai, Espírito Santo e Escócia. O Biroba só chamava
os escoceses de “saiudos” porque o uniforme deles compreende o uso de saias
feitas com lã, com xadrez colorido (tartan) chamadas kilt. Elas têm franjas
decorativas e um grande alfinete de bebe. A solenidade de abertura do Jamboree
ocorreu na manhã do dia 18 de julho e fazia muito frio. Alguns carros do Jornal
“O Globo” distribuíram exemplares de edições antigas a fim de que pudéssemos
forrar o chão, ainda úmido devido às chuvas e as baixas temperaturas. O
dia-a-dia decorreu com alvorada, café, hasteamento da Bandeira, almoço, jantar,
serviços de pioneirias, jantar e fogo-de-conbselho. A programação comportava
passeios aos pontos turísticos do Rio de Janeiro, inclusive ao Maracanã. Também
passeamos na Baia da Guanabara, em embarcações da Marinha de Guerra. Dia 26 de
julho, ao deixarmos a Ilha do Fundão, fomos hospedados em um casarão, em estilo
colonial, no bairro da Lapa. Na manhã do dia 27, numa deferência especial da
ICOMI, fomos a São Paulo, viajando pela Rodovia Presidente Eurico Dutra.
Permanecemos 8 horas em São Paulo, tempo suficiente para conhecermos o Estádio
Paulo Machado de Carvalho, o famoso Pacaembu. Retornamos ao Rio de Janeiro no
mesmo dia, prontos para deixar a capital do então Estado da Guanabara. Saímos
do Rio de Janeiro, dia 28 de julho, alcançando Belém ao anoitecer do dia 1º de
agosto. Deixamos o ônibus e nos agasalhamos na Alvarenga Uaçá, que estava na
Doca de Souza Franco aguardando carga. A demora foi de 12 dias, parecendo que
tínhamos sido abandonados. Soubemos posteriormente que o comando da revolução
militar, em Macapá, estava hostilizando o movimento escoteiro e que alguns
escotistas tinham sido presos. Lamentavelmente, a Representação do Governo do
Amapá, em Belém, sequer forneceu alimentação aos escoteiros. Eles se
alimentaram vários dias com farofa feita com óleo. Só consegui retornar a
Macapá no dia 14 de agosto, porque comprei uma passagem dos Serviços Aéreos
Cruzeiro do Sul. A despeito desses percalços a experiência foi extremamente
válida. Guardo com muito carinho três fotografias que recebi do Chefe
Clodoaldo, retratando as pioneirias que fiz. Outra foto mostra parte da
delegação de escoteiros do Amapá.
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